Em 19 de setembro de 1989, o voo 772 da UTA estava em um trajeto de Brazzaville, na República do Congo, para Paris, na França. O avião, um McDonnell Douglas DC-10-30, estava prestes a pousar em Niamey, capital do Níger, quando explodiu no ar e caiu no deserto da Mauritânia. O acidente matou todas as 170 pessoas a bordo, incluindo passageiros e tripulantes.

A investigação posterior revelou que a explosão foi causada por uma bomba escondida no porão de carga do avião. O atentado foi atribuído à Líbia, que na época tinha tensões políticas com a França e outros países ocidentais. A Líbia negou envolvimento, mas a França e os Estados Unidos impuseram sanções econômicas ao país, incluindo um embargo de armas, em retaliação.

A investigação do voo 772 foi afetada pela complexidade das relações internacionais na época. O governo francês não quis cooperar com o governo da Mauritânia, que tinha poucos recursos para investigar o acidente sozinho. Além disso, foram necessários dois anos de negociações para que a França enviasse uma equipe de investigação completa ao local do acidente.

Em março de 1991, a equipe de investigação francesa finalmente chegou ao local do acidente, uma área remota no deserto da Mauritânia. Eles levaram um mês para recuperar os destroços e as evidências, uma tarefa difícil em condições extremamente adversas.

As investigações concluíram que a bomba foi colocada a bordo do avião no aeroporto de Brazzaville, no Congo. A equipe de investigação francesa também descobriu uma segunda bomba na bagagem despachada do mesmo voo, que foi removida antes da partida. O objetivo era que as duas bombas explodissem em momentos diferentes, causando ainda mais mortes.

O acidente do voo 772 da UTA permanece como o pior acidente aéreo da história da Mauritânia. O governo da França pediu que a Líbia extradite os suspeitos, mas isso nunca aconteceu. Em vez disso, a Líbia pagou uma indenização às famílias das vítimas em 2004.

Este acidente teve um impacto significativo na história da aviação civil. Levou a uma maior conscientização sobre os riscos de segurança a bordo de aviões comerciais e levou a melhorias nos procedimentos de segurança em todo o mundo. O voo 772 da UTA também ajudou a reforçar a legislação internacional sobre terrorismo aéreo, como a Convenção para a Supressão de Atos Ilícitos contra a Segurança da Aviação Civil.

Em resumo, o voo 772 da UTA foi um desastre horrível que matou 170 pessoas inocentes e teve consequências duradouras para as relações internacionais e para a segurança aérea em todo o mundo. Embora a investigação tenha sido difícil, ela ajudou a melhorar a segurança da aviação civil e reforçou a necessidade de cooperação internacional em investigações de acidentes aéreos.